Estabilizado, navio Vale Beijing está pronto para deixar a Baía de São Marcos

A carga será levada diretamente para Omã, na Asia Menor e só então o mineraleiro seguirá, em lastro, para a China

Reparos nas rachaduras garantem a viagem, diz a Capitania dos Portos

Capitania autorizou o reabastecimento de óleo combustível do navio e a previsão é de que ele parta ainda nesta semana; em audiência com a governadora Roseana, executivos da Vale apresentaram planos para casos de acidente como o do Beijing

O navio Vale Beijing, que sofreu rachaduras nos tanques de lastro da popa durante operação de carga no Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM/Vale) no início de dezembro de 2011, está pronto para seguir viagem, segundo informou o Capitão de Mar e Guerra Jair dos Santos Oliveira, comandante da Capitania dos Portos do Maranhão CPMA). Ontem, executivos da Vale, em audiência com a governadora Roseana Sarney, no Palácio dos Leões, ressaltaram que os reparos no navio já foram concluídos e que foi elaborado um plano de ação para evitar acidentes como o que ocorreu com o Beijing.
O supergraneleiro, com 400 mil toneladas de porte bruto (TPB) e capacidade de carga de 390 mil toneladas, da classe Valemax, ou Very Large Ore Carriers (VLOC), os maiores do mundo nessa categoria, está fundeado a 60 km da costa de São Luís, na Baía de São Marcos, com 260 mil toneladas de minério de ferro em seus porões, volume que havia sido atingido quando ocorreu o acidente. O navio estava programado para receber cerca de 280 mil toneladas de minério. Segundo a CPMA, já foi autorizado o reabastecimento de óleo combustível do navio (bunker).

Em janeiro deste ano, por medida de segurança, foram retirados cerca de 7 mil toneladas de bunker dos tanques da embarcação, durante a operação de resgate e de reparos. Também foram remanejadas 39 mil toneladas de minério que estavam no porão 7 para os porões 3 e 5. O porão 7 é o mais próximo dos tanques de lastro afetados. A medida serviu para estabilizar a embarcação, que apresentava um desnível (derrabamento) de aproximadamente quatro metros de profundidade da popa em relação à proa (frente).

O Capitão dos Portos, Santos Oliveira, também informou ter se reunido, nesta semana, com representantes da STX Pan Ocean, proprietária do navio, que é fretado à Vale; com inspetores da sociedade classificadora Det Norske Veritas (DNV), o serviço global de gerenciamento de riscos; e ainda com membros da equipe da Diretoria de Portos e Costas (DPC) da Marinha do Brasil. Segundo Santos Oliveira, todos atestaram as condições de navegabilidade do navio.

“O navio será reabastecido com 4 mil toneladas de combustível que estão armazenados na chata (balsa) Xingu, já fundeada na Baía de São Marcos. Nesta operação será utilizado o navio-tanque Sea Master que, assim como o Sea Emperor, que fez a retirada do óleo, é especializado nesse tipo de operação. Outra medida tomada em relação ao Vale Beijing é que um rebocador de alto-mar (o Fairmont Alpine, que já está na região) vai acompanhar a viagem até o porto de Omã. Esta determinação visa tão somente salvaguardar a tripulação do cargueiro”, declarou Santos Oliveira.

Mudança de rota - Está definido que o navio tem como primeiro destino Omã (Asia Menor) onde deverá descarregar a carga antes destinada a Rotterdam. Em seguida seguirá em lastro para a China, onde será docado e consertado de forma definitiva. As providências tomadas em São Luís para reparar as áreas afetadas, a equipe de salvatagem optou por aplicar anteparas que limitam o porão de carga numero 7, inclusive pelo espaço da Praça de Máquinas.

Audiência – A respeito do navio Vale Beijing, a governadora Roseana Sarney recebeu em audiência, no Palácio dos Leões, o diretor Executivo de Logística e Pesquisa Mineral da Vale, Humberto Freitas, e o diretor do Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), Cláudio Mendes. Participaram do encontro, os secretários estaduais da Casa Civil, Luis Fernando Silva, e de Saúde, Ricardo Murad. Humberto Freitas entregou à governadora Roseana Sarney uma cópia de um plano de emergência voltado para evitar problemas como o que ocorreu com o mineraleiro Vale Beijing, que em dezembro do ano passado, apresentou rachadura no casco quando embarcava minério de ferro no TPPM.

“Elaboramos um plano, a partir da realização de estudos e adquirimos equipamentos que vão nos auxiliar em casos de emergência”, declarou o diretor executivo da Vale, ao revelar que o navio já passou por reparos e será novamente carregado para seguir viagem nos próximos dias. “Além disso, conversamos sobre outros assuntos referentes, com as comemorações dos 400 anos de São Luís, o apoio da Vale às manifestações culturais e estabelecimento de parceria”, ressaltou o diretor executivo.

Números

- 360 Metros de comprimento tem o Vale Beijing
- 400 Mil toneladas de porte bruto
- 390 Mil toneladas de capacidade de carga

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Fotos do Beijing_Vale

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No dia 11/11/1994 um plano de carga errado fez o graneleiro partir ao meio e parou o terminal de Ponta da Madeira de propriedade da então Companhia Vale do Rio Doce.


Lugar: PORTOSMA
Fonte: O Estado/Redação
Data da Notícia: 16/02/2012